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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Estupefacção

No dia 23-05-2011, estive na primeira de duas sessões de esclarecimento promovidas pela direcção do Beira-Mar sobre a proposta de constituição da SAD (ver aqui).

Nessa oportunidade, questionei directamente António Regala, presidente da direcção, se os pressupostos que acabara de anunciar, nomeadamente, o da liquidação do passivo do clube, estavam devidamente salvaguardados nalgum contrato ou protocolo escrito com o investidor. António Regala respondeu-me peremptoriamente que SIM.
De seguida, questionei novamente António Regala se o referido documento poderia ser disponibilizado aos sócios antes da votação, o que me foi respondido negativamente por (passo a citar por palavras próximas daquelas que me foram transmitidas) "ter sido garantida ao investidor, por parte do clube, a confidencialidade sobre esse documento". Em resposta à recusa de António Regala, afirmei a minha preocupação relativamente ao conteúdo desse documento, pois o mesmo seria sempre fundamental para acautelar os interesses do clube na negociação com o investidor.
Na Assembleia Geral que aprovou a SAD, pedi a palavra e reafirmei as minhas preocupações. A direcção, presidida por António Regala, descansou sempre os sócios, garantindo que estava tudo devidamente salvaguardado. Dessa forma, acreditando na boa-fé e na competência das pessoas, os sócios passaram um "cheque em branco" à direcção para levar a bom porto as negociações com vista à criação da SAD (tal como escrevi aqui no dia 27/05/2011).
Ao tomar conhecimento destas declarações de Majid Pishyar no Domingo, destas declarações de Armindo Sequeira ontem, e destas declarações de Fernando Vinagre hoje, só me ocorre uma palavra... estupefacção.

10 comments:

Nuno Q. Martins disse...

Aqui reproduzo o texto que referi no post, que publiquei em 27-05-2011 sobre este assunto:

Um novo rumo!

A Assembleia Geral de ontem à noite marca o arranque de um novo ciclo na vida do SC Beira-Mar. Tal como tive oportunidade de transmitir na minha intervenção aos mais de trezentos sócios presentes, fiquei muito satisfeito com o facto da direcção do clube ter apontado este rumo (constituição de uma SAD para o futebol profissional) para a resolução dos problemas mais prementes, mas também, como via privilegiada para o desenvolvimento do Beira-Mar.

No entanto, chamei a atenção para os elevados riscos que a decisão de se avançar para uma SAD acarreta. Riscos esses que, pessoalmente, não me assustam desde que o processo seja bem conduzido e sejam salvaguardados um conjunto de mecanismos que sejam indutores de uma boa gestão futura da SAD e duma relação profícua daquela estrutura com o clube.

Nesse sentido, lamento profundamente a atitude pouco democrática e construtiva como foi conduzida a Assembleia. Gostei da presença e de ouvir as palavras do Sr. Majid e a apresentação da proposta da direcção, da mesma forma que gostaria também de ter ouvido e discutido a proposta do Eng.º Mano Nunes, pois a mesma se inseria perfeitamente na ordem de trabalhos estabelecida. Confesso que não percebi o receio da Mesa em submetê-la à discussão (foi preciso reclamar à Mesa a sua divulgação!), tendo tal facto gerado na sala um ambiente de intolerância que me entristece profundamente, ainda mais, porque induzido pelo próprio Presidente da Mesa (uma pessoa idónea e por quem nutro a maior amizade e consideração) que não soube enquadrar a referida proposta.

(continua 1/2)

Nuno Q. Martins disse...

(Continua 2/2)

Como resultado, a direcção fez aprovar uma resolução de constituição de uma SAD na qual o SC Beira-Mar será um accionista minoritário (o modelo de distribuição do capital social inicial não consta da deliberação aprovada pelos sócios), com a qual estou absolutamente de acordo. Contudo, depois de aprovada a referida resolução, preferia que aos sócios presentes tivesse sido dada a possibilidade de apresentarem propostas que vinculassem a direcção para as negociações que se seguirão. Essa seria, na minha modesta opinião, a fórmula mais democrática, mais elevada e mais construtiva de participação dos sócios neste momento decisivo para o futuro do clube, o que lamentavelmente não aconteceu. A própria Mesa (penso que articulada com a direcção) passou um atestado geral de menoridade aos sócios, o que lamento profundamente.

A direcção pediu um “cheque em branco” aos sócios e nós, sócios, acedemos. Demos (ainda que por omissão) a maior prova de confiança que podia ser dada à direcção. Contudo, que se clarifique desde já que a responsabilidade em negociar um bom acordo para o clube será da exclusiva responsabilidade da direcção, já que a mesma não quis, intencionalmente, partilhar essa responsabilidade com os sócios na definição de um conjunto de pressupostos mínimos da negociação que, em minha opinião, deveriam ter sido aprovados em Assembleia Geral e constar da resolução final. Parece-me que houve medo de "espantar" o investidor com eventuais propostas emanadas pelos sócios, quando se devia saber que, na vida empresarial, quando partimos para uma negociação com alternativas, tal facto só fortalece a nossa posição negocial e, por conseguinte, penso que só beneficiaria o clube não o colocando numa posição de completa subjugação ao investidor. Neste ponto, penso que a direcção podia ter actuado doutra forma e valorizado o clube e os sócios.

Assim sendo, confiemos então no trabalho da direcção que, espero, para bem do clube, das modalidades e dos sócios, tenha em consideração o conteúdo da proposta (ver aqui) do sócio Eng.º Mano Nunes que, lamentavelmente, viu o seu contributo impedido de ser discutido na Assembleia.

Por último, uma palavra para os sócios do Beira-Mar. Ainda bem que compreenderam a importância do momento e foram em peso a esta Assembleia, mas teria sido bom que também tivessem compreendido a importância doutras Assembleias, designadamente, aquelas em que o fim do clube esteve iminente (a partir de Maio de 2008) e as subsequentes em que as sucessivas comissões administrativas lutaram como puderam pela sobrevivência do Beira-Mar, possibilitando chegarmos vivos ao dia de ontem e podermos tomar esta decisão estratégica tão importante. Provavelmente, se tivessem vindo a essas Assembleias, alguns sócios e funcionários (eu identifiquei-os) estavam melhor informados e não tinham tido comportamentos tão tristes e tão pouco dignificantes na Assembleia de ontem relativamente a pessoas que contribuíram imenso para não deixar morrer o clube e que, inclusivamente, garantiram durante largos meses o pagamento dos salários dos funcionários com recurso a dinheiros próprios.

Tenho a expectativa de voltar a estar presente em Assembleias Gerais com muitos sócios para discutir o SC Beira-Mar enquanto emblema eclético, representativo da nossa região, formador de centenas ou mesmo milhares de jovens. Espero que os sócios que ontem se deslocaram ao Auditório António José Bartolomeu só para apupar ou insultar uns e bater palmas a outros também estejam nessas Assembleias dispostos a prestar um contributo mais construtivo ao clube.

VIVA O SC BEIRA-MAR, SEMPRE!

Anónimo disse...

Estupefacto fico eu por estares estupefacto! Não me digas que também tinhas sido abençoado pela messias ... ;)

JJ

Anónimo disse...

A mim ocorrem-me uma de duas palavras: Mentiroso ou Incompetente.
Fica à espera dos esclarecimentos do Sr. Regala para decidir qual das duas o descreverão melhor (senão mesmo as duas).

Eu pensava que a direcção do Filipe/Cachide tinha sido o mais baixo que o Beira-Mar alguma vez poderia ir, mas a Direcção do Sr. Regala acaba de estabelecer um novo mínimo histórico.

A todos os que ainda lutam por um Beira-Mar com bom nome e bandeira da nossa cidade, começam a faltar argumentos para o defender e elevar. O afastamento entre a população e o outrora maior clube da cidade e do distrito começa a tornar-se irreversível.

Filipe Neto disse...

Segundo as declarações dos ultimos dias amigo Nuno que tu aqui fizeste referência, neste momento existem dois Beiras, o Beira-Mar Futebol SAD que o sr Pyshiar controla e que se dedica a modalidade de futebol e o nosso Beira que é um clube eclético fundado em 31 de dezembro de 1922, afogado em dividas mas honrosamente de pé e que nós sócios não vamos deixar morrer, já disse mais que uma vez tanto aqui como no Mais Beira-Mar, se o problema é nos terem roubado a equipa profissional, criamos uma do clube a começar do distrital, jogamos no velhinho onde aquele cheirinho da relva o do nosso verdadeiro Beira existe, esse novo clube pouco futuro terá, além do mais se as acções da parte do Beira estão já penhoradas e acontecer o mesmo que aconteceu ao pavilhão e andar e elas transitarem para as mãos de credores, teremos um grave problema judicial porque á luz da lei reguladora das sociedades desportivas clube fundador tem que ter 15 por cento e não tendo temos uma SAD ilegal, eu também pensei que isto pudesse ter sido bom para o clube mas logo a pratir do momento que não nos deixaram a nós sócios de entrar no capital vi que vinha ai tempestade
saudações aurinegras

Anónimo disse...

Caro Quintaneiro, é possível ver os documentos da transferência do Areias?

Nuno Q. Martins disse...

Caro anónimo, não faço a mínima ideia. Essa documentação deve estar no clube, que a deve guardar durante pelo menos 10 anos.

Anónimo disse...

Mas tem conhecimento dessa documentação?

Nuno Q. Martins disse...

Não. Nunca contactei com tal documentação, nela dela tive qualquer conhecimento.

Anónimo disse...

“Se não ganhássemos? Não acontecia nada. O clube continuaria. Não estou aqui só por este jogo. Há uma série de coisas que precisamos de desenvolver”, esclareceu, ainda, comentando também as dívidas que transitam, nomeadamente a que resultou na penhora do pavilhão: “Não sou eu que vou pagar as dívidas do passado, será a SAD. Eu sou apenas o presidente da SAD, não me vejam apenas como um banco. Vamos resolver esse e outros problemas, mas não vim como um banco só para pagar o passado. Quero também desenvolver o futuro, que é mais importante para a cidade e clube. Temos de ter uma posição forte para o futuro.” in sítio oficial do Sport Club Beira Mar.