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quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Rescaldo da AG e momento actual

Sobre a última Assembleia Geral do Beira-Mar já muito se disse e escreveu. Penso que não sobraram dúvidas em relação a algumas questões que, à partida, se colocavam:
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- Legitimidade, oportunidade e necessidade da Assembleia reconhecida por todos os associados que intervieram;
- Parcialidade inequívoca do Presidente da Mesa da Assembleia Geral defendendo a direcção do clube e “atirando-se” aos críticos (a maioria são associados) alegando que foi eleito em lista conjunta com a direcção;
- A situação financeira do Clube será bem pior no final do mandato da actual direcção comparativamente com Junho 2005 (altura em que tomaram posse), com um passivo a rondar os 5 milhões de euros;
- José Cachide considera-se “impotente para levar o Beira-Mar a bom porto”, por isso demite-se, mas promete continuar a ajudar a Direcção;
- A receita proveniente da quotização dos sócios desceu nos últimos dois anos para quase metade, não deixando qualquer dúvida em relação ao progressivo distanciamento do Clube em relação à sua massa associativa;
- Apesar do clube ser cumpridor em relação ao fisco, à segurança social e com os seus atletas profissionais, há funcionários e ex-funcionários do clube com salários em atraso;
- As palavras do Presidente da Direcção em relação às modalidades amadoras foram infelizes, tendo o Dr. Caetano Alves assumido o compromisso de preservar e dar margem de desenvolvimento às mesmas;
- Em relação à formação, o clube carece de infra-estruturas que impossibilitam a prossecução de um trabalho com qualidade, continuando dependente dos protocolos estabelecidos anteriormente com a CMA;
- A Loja Amarela junto aos Arcos (uma das promessas eleitorais) foi encerrada e não será reaberta;
- O projecto do Museu do Beira-Mar é caro e está, de momento, na “gaveta”;
- Sobre o Centro de Formação e Estágios não há desenvolvimentos;

- O Presidente da Direcção esteve presente na AG, mas não se dignou a falar aos sócios.
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Em linhas gerais, foram estas as principais conclusões que retive da última AG do Beira-Mar. Hoje, ninguém minimamente sensato pode elogiar a direcção do clube pelo trabalho desenvolvido. Chamo a atenção - não deveria ser necessário mas sinto sempre necessidade de o reafirmar - que não se coloca em causa o Beiramarismo das pessoas nem a sua abnegação, trata-se apenas de realizar uma análise fria e objectiva ao desenvolvimento do Clube. A situação financeira deteriorou-se com gravidade constituindo um encargo pesado para as futuras gerações; as modalidades amadoras vivem num constante sufoco gerando desconforto e cansaço nos carolas que as sustentam; ao nível do futebol de formação os problemas mantêm-se com a agravante da equipa de juniores ter descido de divisão, a equipa de juvenis B ter sido extinta e nenhum atleta auri-negro ter sido chamado à selecções jovens nos últimos dois anos; em termos de massa associativa, é inequívoco o distanciamento dos sócios e adeptos em relação ao clube, facilmente constatável nas assistências no EMA e na acentuada quebra de receitas provenientes da quotização. Em dois anos, pouco ou nada se fez no sentido de ser criada uma estrutura profissional competente para gerir o futebol, sendo notória a ausência de uma política desportiva que acabou por conduzir o Clube novamente à 2ª liga. Outras questões podem ainda ser apontadas e criticadas, mas estas que aqui enunciei são as que considero estruturais e, por isso, vitais para o Clube.
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Tal como fiz questão de frisar na AG, nada me move contra as pessoas. Faço sempre questão de “separar as águas”, entre as questões que considero serem de carácter pessoal e aquelas que são do foro institucional. Pessoalmente, nada tenho a apontar em relação a nenhum elemento dos actuais órgãos sociais do Clube, isto que fique bem claro! Preocupo-me com o Clube porque cresci com o Beira-Mar no coração. Tudo o que diga respeito ao Clube não me é indiferente e sou intransigente na defesa dos interesses do Beira-Mar. E é por isso que não acredito em golpes palacianos, nem em pessoas que “vão, mas ficam”. Não defenderei alguém que, por motivações estritamente pessoais, afirma publicamente que já não acredita na actual direcção do Clube mas “continuará a ajudá-la”. Abomino os “jogos de poder” em torno do clube e é por isso que jamais votarei em alguém que se considera “impotente” mas admite candidatar-se nas próximas eleições. Até poderei ser uma “voz isolada”, mas defenderei, enquanto me for possível, o Beira-Mar na sua dimensão colectiva e social, independentemente do modelo de gestão que vigore. Um Beira-Mar submisso em relação ao poder político ou entregue a um círculo de vaidades que se protegem mutuamente será um clube eternamente adiado. Para esse peditório, eu não dou.
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Este fim-de-semana começa a Liga Vitalis e é importantíssimo para o Clube que a equipa profissional de futebol conclua a prova num dos dois primeiros lugares. O rápido regresso à Liga Bwin deve ser uma aspiração de todos os Beiramarenses. Contudo, o Clube não começa e acaba na sua equipa de futebol. Chamo particular atenção para a importância do apoio às modalidades amadoras.
Vamos apoiar o Clube em todas as suas vertentes, mas sem deixar de exercer o poder-dever de vigilância em relação ao rumo da instituição que cumpre a todos os associados.

17 comments:

Anónimo disse...

Meu amigo, parece-me que o resumo está bem feito, embora estes assuntos não ficaram claros na AG. Discordo quanto à responsabilidade financeira, embora possam constar das contas , até para sabermos na historia do clube quais os seus responsaveis quem vai ter que a assumir são os seus autores e não outros, aliás, isto não é nada de novo, o Eng. Pascoal tambem teve que assumir.
Antonio Figeiredo

Anónimo disse...

Parabéns.
Penso que este artigo de opinião,
transmite em síntese, tudo aquilo de critico construtivo, que outros aqui referiram, e não tiveram resposta na A.Geral.

Pedro Neves disse...

Parabéns pela lucidez revelada neste texto. Concordo na totalidade com o que escreveste.

Anónimo disse...

Eu para ser sincero sai desiludido da AG. Não que quisesse que rolassem cabeças, ou pensasse que tal podia acontecer, mas porque vi a indignação que as pessoas demonstraram na ultima reunião do movimento 1922, e senti como veio descrito por toda a comunicação que esta direcção saiu por cima, e pensa que conseguiu calar e tranquilizar algumas vozes.
Primerio axei uma vergonha o presidente nem sequer ter dirigido a palavra aos socios, compreendo que Caetano Alves possa ter mais o dom da palavra, mas não foi ele que ganhou as eleições, alias quando concorreu sozinho perdeu-as. Depois fala-se numa série de ideias e algumas dois dias depois não são verdade como é o caso das cotizações. Depois já não basta ter encerrado a loja dos arcos, fecha-se a outra no meio da cidade e obrigam os socios a deslocarem-se bem longe. Não há rumo neste Beira Mar, uma vez admito ser enganado mas estarei muito atento daqui por um ano nas proximas eleições.

Anónimo disse...

É tambem bastante lucida a crónica de "fala o leitor" de hoje, do Diario de Aveiro.
Recomendo-vos a leitura.

Anónimo disse...

Nem por isso...achei mesmo altamente tendenciosa. Não gostei.Mas que está muito bem escrito, está. Sem dúvida.

Anónimo disse...

Eu sei que não tem nada a ver, mas...como é que é Sábado? Há transporte ou não? Sempre é para ir de comboio?

Anónimo disse...

A falta de qualquer estratégia está a aniquilar o beiramar, desportiva e financeiramente. Não está parado no tempo está a regredir.
Estão fora de contexto, a excepção é o futsal.
Rui

Anónimo disse...

Hoje sou Sportinguista. Ainda sonho com a derrota da académica cá em Aveiro.

Anónimo disse...

Foi e está a ser uma gestão feita com os pés, já não há cabeça em qualquer um deles que pense.
É a fuga para a frente. É cavalgar a onda.
Aguardemos o resultado.
Rui

Anónimo disse...

AGONIA é o nosso estado de alma.

Anónimo disse...

Hoje mais uma humilhação. Até a equipa é o espelho da crise.
A crise é real.

Anónimo disse...

Pôrra, esta do 5-1 foi demais!

Anónimo disse...

Começamos bem...

Anónimo disse...

Uma miséria! A jogar a passo, a defesa um desastre completo, os centrais a serem batidos de cabeça lance atrás de lance, nem sei que diga. Nem pareciam os mesmos jogadores que correram e lutaram contra o Boavista. Será a falta da televisão a mostrar? E só não foram mais porque não calhou.
Algum dia hei-de tomar juízo e passar melhor a tarde.

Anónimo disse...

O outro, já vai fugir para a Câmara, como aconteceu com o Greno e Capão!...
Que o Beira-Mar lhes serviu de trampolim.

Anónimo disse...

Que vergonha! Rua com certos jogadores! No próximo jogo ou comem a erva" ou vão sentir o que é ser indesejado em Aveiro. Tem de haver mão de ferro nestes jogadores. È preciso acompanhar as suas vidas fora do campo. Agora mais que nunca entendo o Cajuda! Será que este treinador quer fazer o que o Inácio fazia, só metia a jogar quem tinha empresário, porque primeiro estava o dele, claro. Andamos demasiado distraídos a querer correr com Artur Filipe e estamos a deixar que outras situações bastante mais graves se instalem pela calada à sombra deste barulho. Que pariu tudo isto!