sexta-feira, 7 de abril de 2006
Recordando...
Na época de 1972/73 o Beira Mar estava pela 2ª temporada consecutiva na 1ª Divisão.
O campeonato anterior fora muito complicado, tendo mesmo sido evitada a descida in-extremis na liguilha disputada sob o comando técnico do então famoso e polémico treinador Joaquim Meirim.
Na tentativa de evitar no futuro esses sobressaltos e de estabilizar definitivamente o clube na divisão maior do nosso futebol, a direcção do Beira Mar - que perdera entretanto para o Benfica o extremo Nelinho, uma das revelações do campeonato anterior - não se poupou a esforços para consolidar um plantel que desse esperanças fundamentadas de tranquilidade: Domingos, Ramalho, Soares, Marques, Severino, Eurico, Cleo, Adé, Edson, Alemão, Eduardo e Lázaro eram jogadores de qualidade e constituiam a base da equipa, mas as coisas não viriam a correr de feição e a primeira volta fora desastrosa, sofrera-se mesmo uma goleada das antigas na Luz e a equipa afundava-se na tabela classificativa.
O campeonato começara com Orlando Ramin ao leme da nau, mas a carreira produzida levaria à costumeira chicotada psicológica e à chamada de Eduardo Oliveira ao comando da equipa. Opção muito discutida na altura entre os sócios e adeptos, já que, previlegiando-se o prestígio do jogador entre os seus pares se perdia, porém, um bom avançado a tempo inteiro.
A escolha revelar-se-ia, contudo, acertada. Na 2ª volta a equipa melhorou notoriamente de rendimento, recuperou na classificação e foi ainda a tempo de evitar a descida de divisão, obtendo no final o 12º lugar.
Falamos de um tempo em que se vivia intensamente o clube, em que o velho Estádio Mário Duarte quase enchia habitualmente de um público que comparecia e mesmo em tempo de resultados modestos transmitia um caloroso apoio à equipa.
Falamos de um tempo em que se vivia intensamente o clube, em que o velho Estádio Mário Duarte quase enchia habitualmente de um público que comparecia e mesmo em tempo de resultados modestos transmitia um caloroso apoio à equipa.
A título de exemplo se recorda o Beira Mar-Benfica dessa época, disputado em Janeiro de 1973 no dia de S. Gonçalinho: era "Dia do Clube", portanto com bilhetes mais caros que usualmente e que custavam 20$00 (sócios), 22$50 (peão), 32$50 (superior) e 75$00 (bancada) para uma receita prevista na ordem dos quinhentos contos.
A lotação do estádio, com os espectadores de pé, excepto na única bancada então existente, rondava os 20.000 lugares, número neste caso excedido em conformidade com a lei da oferta e da procura e os bilhetes, postos à venda na 5ª feira anterior ao jogo esgotariam logo no final do dia seguinte, o que permite ter uma ideia da "loucura" que há trinta e cinco anos um dos chamados jogos grandes despertava em Aveiro...
Infelizmente muito diferente do que acontece nos nossos dias. Mas isso são contas de outro rosário...
Narciso Cruz
Publicado por
Nuno Q. Martins
02:37
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sexta-feira, 7 de abril de 2006
às02:37
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