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quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Assembleia "familiar"

O primeiro apontamento tem que ser necessariamente para a fraca presença de sócios. Desde o ano em que descemos de divisão é notório o divórcio ou desinteresse (como lhe queiram chamar) dos sócios pela vida do Clube. As assistências aos jogos em casa são muito baixas comparativamente com o que sucedia há alguns anos e as assembleias gerais são, cada vez mais, reuniões "familiares", pois chega a dar a sensação que somos sempre os mesmos a marcar presença e a dar a cara pelo Clube. Neste aspecto, já não há argumentos que vinguem isoladamente. O Beira-Mar, em vez de crescer, é cada vez mais pequeno. Esta é a dura realidade que muito me custa a aceitar. Fechar os olhos a esta evidência e nada fazer por invertê-la, é adiar um problema estrutural do clube que a cada dia que passa se agrava. Urgem medidas para trazer a comunidade aveirense ao seio do Beira-Mar.
Em relação às contas do Clube, os dados já estavam lançados publicamente. Sobre este ponto, partilho em absoluto das preocupações do André Apolinário, aliás, como tivémos oportunidade de conversar no final da Assembleia. Para bem do Clube e da sua necessária estabilidade, o Relatório foi aprovado e a actual direcção tem dois anos (até final do mandato) para mostrar serviço no que toca ao reequilíbrio das finanças do Clube. Nessa altura, os sócios terão a devida oportunidade de julgar o trabalho dos actuais dirigentes. Como referiu, e bem, o Eng. Mano Nunes, a actual direcção tem o dever de deixar o Clube numa situação, pelo menos, semelhante à que encontrou, ou, ainda melhor, como afirmou o Dr. Caetano Alves.
Será uma tarefa difícil e pode mesmo não chegar a acontecer. Convém ter os pés bem assentes na terra e não cair em ilusões. Contudo, espero que daqui a um ano, o Relatório a votar já demonstre sinais consistentes de retoma que nos permitam perspectivar o futuro do Clube com outros horizontes. Ficou bem clara a necessidade de se virem a conseguir receitas extraordinárias, nomeadamente, através da venda de jogadores. No entanto, para que isso seja uma realidade, é necessário que a estrutura responsável pelo futebol profissional do Beira-Mar aposte seriamente em jovens jogadores (a Academia é fundamental), aqueles que poderão num futuro próximo garantir retorno financeiro para o Clube.
Em Dezembro, será agendada uma Assembleia Geral Extraordinária com vista à revisão dos estatutos e a discussão de outros assuntos de interesse para o Clube.
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4 comments:

Ricardo Pires disse...

Nuno, o relatório de contas foi aprovado. Mas o que aconteceria se não fosse?

Um abraço

Nuno Q. Martins disse...

Olá Ricardo!

Uma boa questão.

O Relatório de Contas e Actividades abarca toda a actividade do Clube ao longo do último ano, tanto na vertente económica, como na desportiva, social ou administrativa. Por isso, o significado deste documento abrange muito mais do que as contas do Clube.

Tendo por assente este pressuposto, é consensual que o Relatório é demonstrativo da performance da direcção do clube, que é o órgão com poder executivo dentro da instituição. A rejeição do documento por parte de uma maioria significativa de sócios, poderia ser interpretada de diversas maneiras consoante o contexto e o teor dos fundamentos que tivéssem determinado tal orientação de voto.

Na generalidade dos casos, quem vota contra a aprovação de um Relatório de Contas e Actividades tem por objectivo censurar o trabalho realizado pela direcção no ano de exercício ao qual o documento se refere.

Deste modo, caso os sócios não aprovassem o Relatório, caberia à Direcção e à Mesa da Assembleia Geral reflectir e tomar uma decisão quanto à continuidade do mandato. Todo este cenário é meramente especulativo, pois dependeria das circunstâncias concretas da votação e verificação ou não de condições por parte dos titulares dos órgãos sociais para cumprir o mandato.

Tudo depende das interpretações e de uma análise do caso concreto. À partida, a solução mais recorrente seria a demissão da direcção e a convocação de eleições antecipadas. No entanto, no caso concreto e actual do Beira-Mar, não me parece minimamente razoável equacionar um cenário desse género numa assembleia com a presença de apenas 53 associados num universo de nove mil e tal e numa época em que os objectivos desportivos foram conseguidos.

Tal como referi no post, parece-me razoável dar confiança à actual direcção, ou, pelo menos, o benefício da dúvida quanto à diminuição do nível de endividamento do Clube, pois a descida de divisão e consequente quebra de receitas serve, em certa medida, para ajudar a justificar os prejuízos do exercício.

Para mim, enquanto sócio e adepto do Beira-Mar, interessam-me as soluções que sejam as melhores para o Clube. Neste momento, atendendo a todas as circunstâncias, entendi votar favoravelmente o Relatório. No entanto, como referi no post, não escondo alguma preocupação. Ainda assim, esta direcção foi eleita há pouco mais de um ano com uma percentagem elevada de votos e o meu sentido democrático inclina-me a acreditar na palavra dos dirigentes que prometem terminar o mandato com as contas "iguais ou melhores" ao momento em que tomaram posse. Por isso, têm cerca de 2 anos para mostrar que têm capacidade para inverter esta situação. No próximo Relatório, daqui a um ano, já será possível verificar com segurança a capacidade da actual direcção em cumprir com a sua palavra.

Para bem do Beira-Mar, assim espero.

Um abraço.

BM disse...

Pôde-se verificar (mais uma vez) na A. G. uma maior presença de uma faixa etária jovem que demonstra o amor e o interesse pela vida do clube além dos estádios e de pavilhões. Esses elementos são sem dúvida os verdadeiros Auri-Negros... No meu entender, é com agrado o que pude captar ontem, cada vez mais jovens se interessam e se juntam em torno das questões e das decisões levadas com um único objectivo. Deveria existir mais participação dos associados, mas isso também dependerá dos assuntos em causa.
Ontem dei o meu voto de confiança à actual direcção porque acredito que as contas se vão equilibrar..
À fraca presença dos associados podem ser entendidas de diversos modos, como já referiram o Nuno e o André Apolinário. Mas questiono-vos sobre o que pensam sobre os seguintes aspectos:
Temos dados relativos às médias de assistência das A.G. do SCBeira-Mar, para estimar se esta AG foi menor que outras ou igual?
- Será que o dia da semana (Terça-Feira) foi o mais indicado para a presença dos associados, face à sua disponibilidade?
- Será que a hora (20:30) é a melhor?
- O local escolhido é o mais central, face à área de abrangência dos associados?! (Eu gostei do local, apenas não gostei de absorver as toxinas.. que já se torna habituais naquela área...
- Face ao valor real das assistências do clube nas suas modalidades (tomando sempre em atenção que na contabilização não está discriminado quantos são adeptos provenientes dos clubes adversários) será que o número de presenças de ontem na AG é-nos estranho?
- Os meios utilizados são os mais eficazes, será que não existem outras formas de abordar os sócios?
- A mensagem transmitida chega ao associado?
- De entre o número total de associados, quantos já assistiram às AG?
Enfim, poderia enumerar um conjunto de questões que dariam para debater se é este o caminho que se quer, mas também não sei realmente se existe interesse em se debater isto... no entanto ficam algumas questões... neste espaço..
Abraços!

Anónimo disse...

meus amigos tb temos essas mesmas preocupações. mas que gosto dá ir ver este beira-mar? se os adeptos se afastam do campo, mais depressa se afastarão das assembleias. será que os socios não verificam o que se passa com a equipa? claro que sim. simplesmente não querem fazer parte deste grupo que está a afundar a equipa. a nossa direcção " bate continência" ao que o treinador quer... vamos ver onde isto vai parar...