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segunda-feira, 22 de maio de 2006

João Oliveira de saída

Alguns jornais já tinham noticiado a probabilidade de dois departamentos do Beira-Mar (o dep. médico e o dep. de comunicação) virem a conhecer alterações. Em relação ao dep. médico, a direcção pretende assegurar a estabilidade da estrutura que já trabalha no clube há vários anos. Quanto ao dep. de comunicação, o sucessor de João Oliveira (foto) será discutido brevemente.
Em Setembro, o BN anunciou em primeira mão que o João Oliveira seria o novo director de comunicação. Agora, ao tomar conhecimento da sua saída, desafiei o João (de quem sou amigo pessoal) a responder à mini-entrevista que se segue:

Como é que se proporcionou o teu regresso a Aveiro e o convite para coordenar o departamento de comunicação do Beira-Mar?
Primeiro, queria corrigir uma imprecisão tua. No inicio da época surgiu a hipótese de eu ser director de comunicação do Sport Clube Beira-Mar, responsável pela estratégia mas com uma estrutura de apoio, ainda estava eu em Lisboa. Depois, há uma proposta da empresa onde eu estava na altura, que pretendia abrir um escritório no norte e que não se importava de avançar com uma proposta para colaborar com o Beira-Mar. Quando esse negócio não foi para a frente, entendi que era minha obrigação assumir também funções executivas, como assessor de imprensa. São funções separadas e o primeiro convite que tive, do vice-presidente da área, foi para a componente estratégica. Só regressei a Aveiro definitivamente em Janeiro.
Quando assumiste a função sentiste-te apoiado pelos diferentes sectores do clube?
Um profissional deve fazer o seu trabalho. Acredito, no entanto, que criei uma boa relação com as estruturas do clube que devem exigir sempre mais do Departamento de Comunicação. O nosso papel deve ser o de facilitador e de gestão de prioridades: há secções e pessoas com quem tive um excelente relacionamento.
O site oficial na Internet e o suplemento do Beira-Mar no Diário de Aveiro são as faces mais visíveis do trabalho do departamento de comunicação. No entanto, a acção do director de comunicação não se esgota nestas duas frentes…
Mal de uma direcção de comunicação se a componente de produtos de comunicação externa forem a sua única função. O trabalho de um departamento de comunicação é também a parte de assessoria de imprensa, de gestão de imagem, de aconselhamento técnico. É uma área curiosa em que todos acham que entendem, quase todos dão palpites e que só notam a diferença quando chega a altura de corrigir erros.
Qual o balanço que fazes do teu trabalho no Beira-Mar ao longo desta época?
Uma missão. Encarei-a com espírito de sacrifício: foram mantidos todos os suportes de comunicação, tivemos um fotógrafo a tirar fotos dos jogos em casa com um orçamento que era praticamente um terço do que existia antes. Mas os principais objectivos foram atingidos: manter o jornal e o site suficientemente actualizado. Aquilo que não consegui fazer foi a parte estratégica e de gestão da comunicação, por razões exógenas à minha vontade.
O que achas que pode melhorar ao nível do departamento de comunicação no futuro?
Um departamento de comunicação pode ser aquilo que a direcção entender que seja. Uma estrutura acéfala, que apenas escreve o que o presidente quer, ou uma estrutura que crie regras, estruture o clube para potenciar a comunicação e defina políticas precisas...
Em termos concretos, entendo que o departamento de comunicação poderia melhorar, se as propostas de orçamento forem satisfeitas. A decisão da Direcção condicionará todo o trabalho do Departamento.
Em determinada altura da época, o presidente do Beira-Mar insurgiu-se contra a Câmara Municipal de Aveiro devido ao incumprimento por parte da autarquia dos protocolos estabelecidos com o clube. Como é que alguém que exerce as funções de assessor de imprensa na CMA e é director de comunicação do Beira-Mar consegue gerir este “conflito institucional”?
Caro Nuno, posso falar francamente sobre esta questão porque, ao contrário do que podem pensar, só estive num dos lados da barricada. E se as pessoas e os sócios olharem para o que se passou e perguntarem, irão notar que houve uma gestão de comunicação e de contenção das palavras de um lado e uma atitude incorrecta, numa altura em que estavam a correr negociações entre as duas partes e que na minha opinião de sócio foram lesivas para o clube, por outro lado.
Que recordações vais guardar desta experiência no Beira-Mar?
Fico com boas recordações muito embora, como te disse, tenha sido um trabalho de sacrifício, ajudado por uma pessoa excelente e boa profissional como a Liliana e com a colaboração do abnegado José Tavares. Mas foi bom ter trabalhado com o incansável Sr. Rufino, aprendido algumas técnicas específicas da área do desporto com o Inácio, ter estado os 17 jogos em casa com aquele “grupo” do briefing de trabalho onde ganhei ali algumas boas amizades e conheci pessoas que devem ser valorizadas, como o Vicêncio.
Não me posso nem quero esquecer do Sr. Cachide, um verdadeiro senhor, nobre e directo. E o Redondo, o Dr. Laerte Mota (com quem aprendi tantas e tantas designações médicas nos nossos telefonemas) e outros elementos. Os que considero sabem que podem não ter sido mencionados mas que eu os tenho em grande consideração.
Quanto aos jogadores, sem dúvida que não me esqueço do Jorge Leitão e o Roma. Mas todos os outros são de qualidade!
Como perspectivas o futuro do clube e o seu papel na sociedade aveirense?
Que o Beira-Mar, os seus dirigentes e a Cidade saibam ser grandes. Quanto ao clube? Quero que continue a ser eclético e vou fazer por isso.


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