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terça-feira, 17 de junho de 2008

Momento D

O colapso do Beira-Mar foi uma realidade iminente, um colapso que previsivelmente seria lento e agoniante. E a comunidade aveirense não percebeu o que podia ter acontecido, tão pouco terá entendido as consequências e o impacto social que um colapso do clube acarretaria. Só assim se pode compreender tamanha apatia.
A realidade presente do clube, provavelmente, será a mais grave da sua história. O futebol profissional, a âncora do clube, na segunda divisão e sem atletas e treinador, o clube com dívidas a credores e fornecedores (num montante ainda não totalmente clarificado), uma massa associativa decrescente e frustrada. No plano social, um clube distante do seu próprio epicentro. No plano directivo, um ex-presidente, que resolveu acompanhar mais alguns dos membros da última direcção, fugindo. Quanto a créditos, também existem, mas parecem incobráveis...
Valeu a Assembleia-Geral de ontem, porque foi decisiva, por tudo e pelo Beira-Mar. Que não haja dúvidas, ou se encontrava uma solução directiva ou era o colapso. Primeiro desapareceria o futebol profissional, e depois o resto, não por culpa própria, mas porque o remanescente das dívidas se abateria sobre o que restasse do clube.
Os cinco membros da Comissão Administrativa, Mano Nunes, Manuel Madaíl, Nuno Barata, Emídio Martins e Jorge Santos, ficarão ligados a um momento particularmente exigente e que requereu, e vai requerer ainda mais, coragem e muita abnegação. Mas que certamente também será exaltante e gratificante.
No momento actual da vida do clube, para que haja uma acção futurante, com uma perspectiva futurista, que permita a existência e o crescimento do clube, não bastam cinco pessoas. Irá ser essencial e decisivo o contributo de todos os beiramaristas, aos mais diversos níveis.
O Sport Clube Beira-Mar, ao longo dos seus 86 anos de História, foi uma invenção e construção colectiva dos aveirenses, foi um fruto do seu engenho e capacidade, com todas as suas virtudes e com todos os seus defeitos, e só neste modelo, intimamente ligado à sua própria origem, poderá sobreviver. Repito-me para sublinhar, com a participação e com o contributo de todos.

2 comments:

Nuno Q. Martins disse...

Filipe.


Desculpa ter "postado" poucos minutos depois de ti. Não reparei... Foi uma coincidência infeliz da minha parte.

Em relação ao teu post, disseste tudo.

Um abraço.

Anónimo disse...

Mano Nunes falou em 10% dos habitantes de Aveiro como sócios Beiramarenses, i.e recuperar os 9000 sócios...
Num estudo de mercado recente com a finalidade de verificar a viabilidade de um Centro Comercial em Aveiro para uma das grandes empresas do sector, foi escrito que Aveiro é a centro económico onde afluem 450 a 500 mil pessoas.
O Beira-Mar é grande clube da região!...
Porque não pensarmos em 4, 5% desta gente i.e. 17500 a 25000 sócios. Deve ser este o objectivo a médio prazo....
VIVA O BEIRA-MAR!!!
A crise vai ser superada...
Não há poder político que nos pare!
VIVA, VIVA, VIVA O BEIRA-MAAAAAR!!!