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sábado, 23 de janeiro de 2010

Ainda as escutas do SC Beira Mar - FC Porto

Vieram agora a público as célebres escutas em que, indirectamente, o nosso Clube aparece envolvido a partir do momento em que Pinto da Costa recebeu em sua casa, dias antes de o FCP defrontar o Beira-Mar, o árbitro do jogo. O processo, independentemente da apreciação jurídico-desportiva - e essa está profundamente descredibilizada pela actuação do rapazito que está à frente dos destinos da Comissão Disciplinar da Liga - seguiu para os Tribunais comuns, com acusação deduzida pelo Ministério Público contra Pinto da Costa.
Independentemente do que veio a ser a decisão final desse processo judicial, ele encerra uma das maiores dúvidas que me assaltam sobre a rectidão dos dirigentes do nosso Clube à data em que os factos foram para Tribunal - e esclareço que não sei de memória quem eles eram, nem me quis dar ao trabalho de ir ver quem eram, porque para mim isso é absolutamente irrelevante. O que me importa é o seguinte: à face dos factos apurados e das escutas e demais provas carreadas para o processo, o Ministério Público acusou Pinto da Costa, se a memória me não atraiçoa, do crime de corrupção desportiva activa. Ora, numa situação destas, pergunto - por que não se constituiu o Beira-Mar assistente no respectivo processo? Por que não acompanhou a acusação do Ministério Público? Tendo havido a possibilidade de o Clube ter sido objectivamente lesado e prejudicado no jogo em causa por acto supostamente ilegal, qual a razão pela qual o nosso Clube ficou «mudo e quedo», quietinho, e nem ao processo quis ir? Era simples, muito simples: bastaria um simples requerimento de 3 linhas e o nosso Clube ter-se-ia constituído assistente no processo (esclareço, para quem não domine as matérias jurídicas: a figura do assistente é a que desempenham todos os que se consideram vítimas ou lesados em processos onde o Ministério Público deduz uma qualquer acusação, podendo acompanhar essa mesma acusação do MP). Ao não o fazer, ao não intervir no processo e ao não se constituir assistente no mesmo, para todos os efeitos, contrariamente ao que sustentou o próprio MP, o Beira-Mar achou absolutamente normal que o árbitro do seu jogo com o FC Porto fosse a casa de Pinto da Costa na véspera do jogo!
No fundo, eu sei e todos nós sabemos a razão pela qual isso sucedeu. Chama-se a isso medo ou temor reverencial pelas consequências que daí pudessem resultar no futuro por afrontar quem é tido ainda como o Papa do sistema. Mas continuo a ter para mim que não é com atitudes desta natureza e com omissões deste jaez que as coisas vão mudar.
Eu sei - sei muito bem! - o quanto pode custar a frontalidade e a não pactuação com o dito «sistema». Mas também sei que enquanto ele prevalecer a verdade desportiva pelo qual tantos dizem pugnar continuará bem longe dos nossos campos de futebol. Quem tiver dúvidas que oiça as escutas.

4 comments:

Anónimo disse...

Duvido da eficácia, porque este processo deu em nada.
Quanto ao nosso clube, o costume, se não estou errado estes factos passaram-se no tempo de uma direcçao de Mano Nunes e o processo juridico no tempo de Artur Filipe e Cachide, sócio confesso do FCP.
Não subscrevo o que refere quanto à discilplina da Liga, aliás, bem pelo contrário, aquela comissão disciplinar condenou, não sei se bem ou mal, mas concluiu o processo com penalizações, a Justiça dos Tribunais essa arquivou.
Marquês da Ria

Tomaz disse...

A ditadura dos chamados 3 grandes assim obrigava. Estamos agora a melhorar, mas pouco, os actuais arbitros ainda são em mais de 75% o resultado das promoções dos tais Zés do futebol e dos Conselhos de Arbitragem. Tem que ser varridos, enquanto não o forem subsiste no seu inconsciente a obrigação do favor, a retribuição da cunha.

Anónimo disse...

O jogo em causa, lembro-me bem, deu-me uma azia do K...
Houve, uma espécie de pacto de não agressão.Acabou 0-0!
O Porto foi campeão e o beira não desceu.
Ludibriado foi o público que foi ver um jogo a sério e v iu uma peladinha de tiques a meio campo.

S.Cruz disse...

bom post...

...mas esta afirmação "o Beira-Mar achou absolutamente normal que o árbitro do seu jogo com o FC Porto fosse a casa de Pinto da Costa na véspera do jogo!" não deve ser dita, pois como não sabe quem eram os dirigentes à altura dos factos, também não sabe o motivo, logo está a fazer um juizo de valor.
Pior, é em nome do clube que é o lesado e não num individuo.

cumps