Ajustar o plantel
Não sei quem inventou o chavão moralista " quem não tem dinheiro não tem vícios". Parece-me profundamente desadequado socialmente. Na indústria do futebol, então, é uma falácia.
Para a arte do pontapé na bola, a chamada "engenharia financeira", seja lá o que isso for, tem o condão de funcionar. O Benfica e Sporting demonstraram isso mesmo neste "mercado de inverno".
Todo este palavreado, a propósito da necessidade de ajustes no plantel beiramarense, preconizada por Leonardo Jardim. Confesso, estou plenamente de acordo com o treinador. As saídas de Leandro Mahl e Bruno Severino não foram colmatadas; principalmente a deste último, um excelente jogador. Lamento imenso que não tenha demonstrado a sua qualidade no SC Beira-Mar.
O campeonato é longo. Quem quer subir precisa de ter opções válidas no plantel. Além disso, os principais adversários fizeram ajustamentos. O clube aveirense não pode ficar de braços cruzados, encostado à fama de ter sido o "campeão de inverno" e esperar que os deuses do futebol armem uma conspiração aos nossos principais adversários, retirando-lhes ideias e força nas pernas.
Uma das saídas para a crise do clube está no aproveitamento desta oportunidade. Tendo o treinador alertado para a necessidade de reforçar ( que mais não é do que substituir quem saiu), devem conjugar-se esforços de modo a ser-lhe feita a vontade.
Para o SC Beira-Mar, subir de divisão não é um capricho, nem sequer um mero sucesso desportivo. É muito mais : uma das formas, quiçá a mais eficaz, de o retirar da profunda crise em que (ainda) se encontra.
Falta de dinheiro é óbice constante. Mas, de momento, também a dificuldade em chegar a acordo com o Tabueira ( direitos de formação de Bornes) dificulta a tarefa. É, por assim dizer, a "pedra no sapato" que impede um caminhar mais confortável ao clube "auri-negro". A dificuldade em dialogar e negociar com o clube vizinho, não é de hoje. Na época transacta também assim foi.
Os dirigentes do SC Beira-Mar têm, neste momento, responsabilidades acrescidas. O acordo é fundamental. Nem que tenham de ceder aos seus princípos. Esta cedência pode ser a alavanca para a subida. Nem que tenham de emitir mais "títulos", desta vez "os títulos para o Título". Estamos isolados a caminho da baliza, o guarda-redes esboça a saída, e não podemos falhar o golo.
Custa-me usar o discurso fatalista do "agora ou nunca". Mas se não for agora, é certo que as dificuldades do clube vão amontoar-se, enovelar-se, mantendo-o na "corda bamba". E, claro, ficando sempre sujeito a uma queda fatal sem ter, dessa vez, quem o segure antes de se estatelar.
Publicado por
Jorge Santos
15:19
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
às15:19
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5 comments:
Em minha opinião, a equipa ainda peca por excesso de jogadores.
Provavelmente o correcto seria dispensar 5 e contrata 2.
Para quê 4 guarda redes?
Rui Santos (SIC)
Não é dificil concordar com a sua reflexão, mas maior obstáculo do que a dívida ao Taboeira é a completa falta de liberdade de movimentos para qualquer engenharia financeira.
Os Titulos Salvação foram (e ainda continuam a ser) um surpreendente sucesso. Nunca pensei que se chegasse a um valor tão interessante embora bastante longe do objectivo utópico traçado. No entanto pensar em novos titulos parece-me inviável.
Fiquei na dúvida quando refere "Nem que tenham de ceder aos seus princípos". O que quer dizer com isso? Meter 36.000€ dos seus próprios bolsos? Abdicar de pagar aos atletas e funcionários do clube?
Antes de dar prioridade em substituir quem saiu, é fundamental não se enfraquecer a equipa com saidas de quem lá está. Depois claro, se der para chegar a acordo com o Taboeira e reforçar a equipa com o dedo acertado do nosso técnico, força nisso!
Nas negociações com o Taboeira, pelo que se vai sabendo, os dirigentes do Beira-Mar têm tido uma postura irrepreensível. É certo que não conseguem satisfazer as condições que lhes são impostas, mas têm apresentado alternativas sérias, bem intencionadas e sempre com o intuito de as cumprir. É também nestas atitudes que o clube recupera o seu bom nome que era inatacável até há bem pouco tempo.
Aproveito este comentário para saudar a secção de basquete que conseguiu uma autentica proeza de em tempos tão dificeis conseguir um importantissimo patrocinio para a sua equipa principal.
Termino dando as boas vindas ao novo painel de comentadores que vão de certeza colocar o Bancada Norte no lugar de destaque no debate Beira-Marense a que nos habituámos em tempos.
Força Beira!
Muito boa tarde,
Discordo muito respeitosamente desta perspectiva, embora a compreenda, até porque é sem dúvida a mais realista.
Acho no entanto, e se me é permitido, duas coisas: (i)não será bom criar (demasiada) pressão sobre esta equipa e este (excelente) treinador. Trata-se de um plantel novo em boa parte e de um treinador que o é no nosso clube pelo primeiro ano. (ii) Depois, é preciso criar sustentabilidade de baixo para cima e evitar que as descidas de divisão se tornem em "sentenças de morte"; o que me parece fundamental é criar uma coligação forte de "dadores" de entre empresas e amigos do clube, que não variem ao saber do sucesso desportivo. E para isso precisamos de contrapartidas para quem apoia/investe (lugares no estádio, publicidade no estádio e na NET, camarotes, eventos destinados a premiar e a publicitar os "amigos do clube").
Sem dúvida que estar na primeira ou na honra faz toda a diferença em termos financeiros, mas o grande desafio do Beira-mar é alargar a sua base de apoio a pensar no futuro e para este efeito será fundamental garantir que até aos 16 anos ( aditaria aqui todos os estudantes universitários de Aveiro) a juventude de Aveiro (região) tem entrada gratuita no Municipal. São eles os futuros "pagadores".
Calorosos cumprimentos beiramarenses.
Sócio nº 1292 (quotas em dia)
Assim assim
Quem fala assim não é gago.
O Taboeira, os vizinhos do lado, que são quase sempre os piores, sendo alguns deles sócios, continuam a ser a pedra no sapato do SCBM, como sempre.Os aveirenses, os do lado, os da terra, os conterrâneos... que vergonha!!!!!
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