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segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Ao menos em Inglaterra alguém pensa...

Saturação televisiva, preços dos bilhetes, tácticas negativistas e resultados previsíveis com menos golos, sendo neste aspecto o predomínio do Chelsea bastante incómodo. Em suma, são estes os principais factores responsabilizados em Inglaterra pela relativa quebra das assistências na Premier League. Na época passada, os clubes do principal escalão do futebol inglês tiveram uma taxa de ocupação média de 94,2% (não há engano, é mesmo 94,2%...) no seus estádios, depois de registarem uma taxa de 93,7% no ano anterior.O início de 2005/06 foi marcado por um decréscimo de entusiasmo nos espectadores, mas ao contrário do marasmo que se vive em Portugal, por exemplo, em relação à imensidão de cadeiras vazias a cada jornada por culpa de bilhetes estupidamente dispendiosos, os ingleses fizeram tocar de imediato o sinal de alarme. Existe um grupo de estudo a trabalhar, o qual apresentará as suas conclusões em Novembro, aconselhando mudanças de fundo. Mas entretanto, o responsável máximo da Premier League, Richard Scudamore, que seguramente pensa em futebol durante 24 horas por dia e não anda em nenhuma campanha autárquica (não é, major?), já encetou uma série de contactos com os principais clubes, pretendendo avançar com medidas que visam promover a presença dos adeptos nos estádios. Uma delas, que deveria fazer corar de vergonha os dirigentes da nossa Liga, aponta para a possibilidade de um bilhete de adulto poder valer, mediante alguns critérios, o bónus de um bilhete de criança, garantindo assim que o gosto pelo futebol não se perde nesta sociedade onde se calhar existe outras actividades muito mais na "moda". Há que preservar a galinha dos ovos de ouro, e os ingleses não brincam em serviço...E por cá? Continuamos a cantar e a rir da nossa própria desgraça. Como bem disse Carlos Carvalhal, ninguém pensa o nosso futebol. Temos dirigentes que servem os seus interesses nada mais. Agora, como resolver isto perante a incompetência da FPF e o servilismo dos clubes em relação aos poderes instituídos nas Assembleias Gerais da Liga? Como fazer brotar ideias de uma Liga que não se assume como motor do nosso futebol, limitando-se a aceitar inscrições, nomear árbitros, a decretar multas e a procurar polémicos patrocínios não se percebendo para onde vai o dinheiro? A melhor prova da sua paralisia cerebral é a estúpida redução do número de clubes dos campeonatos profissionais, que não sendo acompanhada por qualquer medida estruturante vai deixar, na sua essência, tudo na mesma. Mudança, mesmo, só na forma, com um campeonato a 16 clubes a significar a realização de menos quatro jornadas por época. Para além da paragem natalícia, os jogadores arriscam-se a passar a ter também férias de Carnaval e Páscoa. E o preço dos bilhetes? Como os "senhores-que-não-pensam-o-futebol" têm convites de camarote sempre garantidos e os jornalistas entram com credenciais à borla, ninguém quer saber do Zé Povinho...

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