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quarta-feira, 14 de março de 2012

Duas notas sobre o futebol português

O Conselho de Presidentes, órgão da LPFP "criado" por Fernando Gomes quando foi Presidente da Liga, reuniu na passada Segunda-Feira e, entre outras questões, decidiu mandatar o Presidente da Liga para fundamentar num estudo económico a preparação da instrução de uma eventual queixa – a deliberar em reunião futura - na Direcção Geral da Concorrência da Comissão Europeia, até 30 de Junho de 2012, que tenda a declarar nulos os contratos de cessão de direitos de transmissão televisiva dos clubes participantes nas competições profissionais de futebol em Portugal e permita centralizar a negociação desses direitos na Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
Devo dizer que sou um defensor da centralização da negociação dos direitos de transmissão televisiva como forma de reforçar o poder negocial dos clubes junto dos eventuais operadores interessados, mas parece-me que a mesma só se poderá concretizar com uma cessão, gradual, desses direitos dos clubes para a LPFP. Estes "esquemas" de carácter jurídico, quanto muito, poderão servir como meio de pressão, mas cuja eficácia não acredito. Do ponto de vista estritamente jurídico, parece-me que esta eventual queixa será abusiva, porquanto os clubes negociaram livremente os respetivos contratos.
Noutro âmbito, têm sido várias as vozes públicas de descontentamento dos clubes que, na Assembleia Geral da LPFP, votaram contra o modelo de alargamento da Liga Zon Sagres. Lamentavelmente, parece-me que o presidente da LPFP "esticou-se" nas promessas eleitorais que fez e agora está refém dessas mesmas promessas. Só assim se entende toda esta polémica que o futebol bem dispensava. A este propósito, subscrevo a posição assumida pelo Pedro Miguel Branco [ver aqui].
Todo este imbróglio remete-nos para um ambiente institucional que julgava ultrapassado, no qual alguns dirigentes vão para os órgãos da LPFP defender exclusivamente os interesses dos seus clubes, descurando e até prejudicando os interesses coletivos da indústria que integram.

2 comments:

Anónimo disse...

Toda a razão!
Os acólitos da SAD do Beira-Mar devem ter sido os primeiros a votar este alargamento.
Coro de vergonha com isto.

C. Silva disse...

O comentarista anterior é um submisso aos três estarolas e coimbrinhas; OPODER AO POVO - JÁ.